A primeira luta na vida de Natan Schulte foi contra o Buylling na escola, quando ainda era criança. Gordinho e tímido, o joinvilense era alvo de gozações e até agressões. A vitória veio através das artes marciais.
Natan começou a treinar Muay Thai para aprender a se defender, em pouco tempo naturalmente mudou a sua postura e impôs respeito nos coleguinhas sem nunca precisar revidar. Na transição para a adolescência conheceu o Judô e antes da maioridade iniciou também no Jiu-Jítsu.
As primeiras conquistas na luta foram o Campeonato Catarinense de Muay Thai, depois o título Brasileiro de Kickboxing, medalhas em competições no Judô e no Jiu-Jítsu e na sequência a estreia no MMA, um objetivo que havia traçado logo que começou a assistir as lendas Rodrigo Minotauro, Vitor Belfort e Wanderlei Silva dando espetáculo no Pride no Japão e mais tarde no UFC nos Estados Unidos.
Nessa transição para se tornar um atleta e viver da luta, Natan trabalhou como segurança em baladas, correu risco de vida separando brigas, foi auxiliar de entregar de laticínios nas madrugadas antes das panificadoras abrirem, trabalhou como auxiliar de transportadora fazendo mudanças, deu aulas e nunca parou de treinar, sempre dava um jeito de fazer a sua preparação, mesmo cansado mantinha o foco naquilo que queria.
O sonho do menino de Joinville (SC) começava a se tornar realidade. Após estrear no MMA com um nocaute avassalador em evento no Rio Grande do Sul, Natan não parou mais de lutar MMA profissionalmente e somou 11 vitórias e apenas duas derrotas 2 derrotas, até dar mais um passo importante e realizar mais um desejo: morar nos Estados Unidos e treinar na American Top Team, considerada uma das melhores e maiores equipes de MMA do planeta.
Lá estreou com derrota no evento World Series Of Fighting (WSOF), a mais frustrante, porque recém iniciava uma nova jornada no país e queria muito vencer. Com as forças renovadas, Natan voltou aos à ATT e seguiu trabalhando. De repente veio a notícia, através de seu manager, que o WSOF mudara de nome para Professional Fighters League e que ele estava escalado para disputar um torneiro na temporada 2018 valendo 1 milhão de dólares.
Um ano e três meses sem lutar e de repente lá estava o catarinense dando show, dominando totalmente Chris Wade, um lutador que acabara de ter uma passagem positiva pelo UFC e considerado o favorito para o combate de estreia no PFL. Natan seguiu as instruções dos técnicos no córner Marcos da Matta “Parrumpinha”, Kelson Pinto e Luciano Macarrão. Foram três rounds controlando as ações em pé e no solo, sobressaindo-se inclusive na arma do rival, o Wrestling.
Natan que treinou com a campeã Amanda Nunes, Gleison Tibau, Colby Covington, Raush Manfio, Thiago Moisés e muitos outros grandes nomes da ATT, mostrou que o tempo fez bem para a sua evolução em todas as áreas do Mixed Martial Arts e que está pronto para seguir forte no torneio do “milhão, que realiza a segunda rodada dos pesos-leves no dia 2 de agosto, em Long Island, Nova Iorque.
Em um bate-papo com o MAISMMA direto da Flórida, Natan avaliou a estreia no evento, disse que prefere não enfrentar os companheiros de equipe (Will Brooks e Jason High) nas fases iniciais do GP e que está confiante para nocautear ou finalizar rápido o próximo adversário, independente de quem seja, e então, terminar com um ótima pontuação.
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