A cidade de Joinville sediou neste sábado, a 1ª edicão do SC Incombat, evento que chegou com força, promovendo duelos internacionais e quatro disputas de cinturão, diante de um público que lotou o Ginásio do 8º Batalhão da PM. Os organizadores Rodrigo Deglaux e Leonardo Rocha deram conta do recado e mesmo sendo o primeiro não deixaram a desejar aos chamados “grandes” do cenário brasileiro.
Nocaute da noite dá cinturão a Deivid Bull nos pesos-médios
Destaque para a luta principal, a disputa do cinturão dos pesos-médios, uma revanche entre os atletas da casa Deivid Bull e Fabiano Adams. Em 2017, Bull havia derrotado Fabiano por nocaute técnico e prometera repetir o feito. Fabiano começou bem, aplicando uma queda, em seguida mantendo-se de pé, deferiu chutes nas pernas de Bull ainda no chão. Fabiano deu espaço e Bull aproveitou para subir e pressioná-lo contra as grandes, agora para aplicar a queda e tentar castigar Fabiano por cima. Fabiano logo explodiu, afastou o rival com a guarda aranha e colocou-se de pé.
Na primeira aproximação, Bull que afiou o jogo com Alessandro Lenhador, ex-atleta, soltou um overhand na cabeça (cruzado lançado com todo o peso do corpo). Fabiano caiu desligado, assim como Bull havia prometido na entrevista pré-luta. Bull ainda daria mais um golpe derradeiro antes da interrupção. Com o cinturão dos pesos-médios envolto ao corpo, Bull vibrou nos braço da torcida, namorada, amigos, equipe e demonstrou total respeito por Adams, que teve a mesma atitute nobre.
Diego Barbosa vence duelo BRA x ARG e fatura título dos leves
No coevento principal, Diego Barbosa, joinvilense oriundo do Muay Thai e faixa-preta em Jiu-Jítsu fez um duelo clássico Brasil x Argentina contra o “hermano” Marcio Flores valendo o cinturão peso-leve. Com larga experiência no MMA nacional, vindo de boas atuações no Jungle Fight, Diego lutou com inteligência, foi cauteloso ao defender as investidas do argentino, aluno do faixa-preta e ex-lutador Fabinho Abreu e manteve o domínio até chegar às costas e definir com um mata-leão no final do segundo round.
Flores chegou a aplicar uma queda, permanecer por cima por instantes, buscou envolver o pescoço, mas nada que ameaçasse. Diego festejou a conquista do cinturão até 70 kg e aproveitou para elogiar a performance do visitante. Diego fez questão de estender a bandeira Argentina e posar para fotos ao lado do adversário, mostrando que rivalidade é só na hora do combate e ao final existe dois seres humanos que sabem passar adiante como exemplo o real significado das artes marciais, respeito.
Melhor luta da noite termina empatada e frustra dono da casa
A antepenúltima luta e melhor da noite colocou frente a frente Jacson Carvalho, de volta ao MMA após dois anos e o alagoano Jandickson Pereira. Jackson iniciou trabalhando os chutes e boas sequências de mãos. Jandickson angariou pontos contra-atacando com quedas. Radicado em Paranaguá, treinando numa escola de chão (OCSJJ), Jandickson aceitou a troca em pé e levou um primeiro round por uma leve vantagem.
No segundo e mais equilibrado, Jacson foi mais ativo, conseguiu conectar mais volume de golpes e terminou em pequena vantagem, mas os juízes laterais da FPBT MMA marcaram empate. Já o terceiro, Jackson dominou completamente, deferiu socos da montada e encerrou confiante que teria o braço levantado ao menos por uma deicão dividida. Mas para a sua frustração, o resultado oficial foi empate, deixando assim de comemorar a vitória e homenagear o filho Bruno Novaes Carvalho no Dia das Crianças.
Thalison Cruz brilha no Muay Thai e fica com título nos 81 kg
Os atletas das luvas grande, o Muay Thai, também entraram em “guerra” pelo cinturão até 81 kg. O duelo caseiro entre Guilherme Schneider e Thalison Cruz levantou a plateia das arquibancadas, tamanho o espetáculo proporcionado pelos strikers. Guilherme trabalhou os chutes frontais, golpes em linha, arriscou cotoveladas e levou o primeiro round.
Thalison parece ter apenas estudado todas as armas do adversário nos primeiros cinco minutos, porque a partir do segundo, começou a variar os ataques, fintando embaixo e colocando combinações duríssimas em cima. Os cruzados começaram a entrar em cheio. Guilherme procurou responder a todo o momento, mas com o passar do tempo, Thalison seguiu aumentando ritmo, enquanto Guilherme já não impunha o ritmo do primeiro assalto. Após 15 minutos emocionantes, confiante que havia se sobressaído, Thalison recebeu o cinturão e saudou a torcida, que retribuiu o carinho com aplausos.
O prata da casa João Felipe Borges teve uma estreia de gala no MMA profissional e roubou a cena aplicando a finalização da noite e na luta mais rápida da noite (66 segundos), um belo armlock em Brayan Leardine, antes de repetir o que José Aldo fez no UFC Rio, se jogar nos braços da torcida. João saltou a grade e radiante comemorou o debute perfeito no meio dos amigos e familiares presentes.